Portos do Paraná oferece oficina gratuita para coleta e despolpa de açaí juçara 29/04/2024 - 15:45

As aulas fazem parte do Programa de Educação Ambiental e buscam fomentar a geração sustentável de renda e a preservação da espécie

A Portos do Paraná realizou a primeira Oficina de Coleta e Despolpa de Juçara, fruta semelhante ao açaí amazônico. Ao todo, 80 moradores da comunidade da Ilha do Amparo, em Paranaguá, participaram do evento, entre quinta e sexta-feira (25 e 26), realizado na Associação Comunitária dos Moradores de Amparo. A Oficina buscou fomentar a geração de renda aliada à conservação ambiental nas comunidades locais.

“O curso é muito importante para o desenvolvimento sustentável do território, trazendo a consciência ambiental e a educação alimentar. É um momento de troca de conhecimento com a comunidade, onde demonstramos uma nova forma de olhar para a palmeira juçara, que até então, era derrubada para a retirada de palmito, condenando a espécie. Agora, com o conhecimento da despolpa dos frutos, é possível uma mudança cultural, trazendo renda às comunidades e incentivando o replantio das sementes contribuindo para a preservação da espécie”, destacou o diretor de Meio Ambiente, João Paulo Santana.

No primeiro dia, o Instituto Juçara de Agroecologia deu uma palestra sobre o tema e fez uma pesquisa de campo para a coleta dos frutos. Na sexta-feira houve a colheita, o preparo, a despolpa e o congelamento do produto.

“Esse tema despertou muito interesse das mulheres da comunidade, das crianças, do pessoal da escola, que já estão querendo se organizar para quem sabe, conseguir adquirir uma despolpadeira para fazer esse trabalho e dar continuidade para que o trabalho não se encerre após o fim do curso”, enfatizou o coordenador de Sustentabilidade da Portos do Paraná, Pedro Pisacco Pereira Cordeiro.

O fruto juçara é semelhante ao açaí da Amazônia, mas é produzido por uma espécie de palmeira diferente, a Euterpe edulis, nativa das áreas litorâneas de Mata Atlântica, principalmente no sul e sudeste do país. Esta palmeira é mais conhecida por ter sido explorada para produzir o palmito juçara. O “açaí” juçara é rico em antocianina, um antioxidante que dá a coloração mais escura de roxo, muito semelhante ao açaí amazônico.

“Tem mercados que já vendem o quilo da polpa pura por até 50 reais o quilo, então ele é muito mais rentável do que o palmito, que você precisa cortar a árvore para extraí-lo, que você vai conseguir de 10 a 15, 20 reais e ainda vai eliminar a planta”, explicou o vice-presidente do Instituto Juçara de Agroecologia, Rafael Serafim da Luz.

São selecionados os grãos maduros e sadios, que passam por um processo de lavagem com água sanitária para a esterilização das bactérias. Após o enxágue, ela vai para a despolpadeira, para remover os caroços, sementes ou cascas, e depois entrega o líquido engrossado e peneirado.

Cursos e oficinas da Portos do Paraná

A oficina faz parte do Programa de Educação Ambiental (PEA) da Portos do Paraná. Desde 2019, a empresa pública já realizou dezenas de oficinas de capacitação e cursos profissionalizantes gratuitos para comunidades litorâneas do Paraná. As iniciativas visam promover além de práticas permaculturais, a educação ambiental, a organização comunitária e a valorização ambiental ao tempo em que apresenta possibilidades de geração de renda para os membros das comunidades. Entre os temas abordados estão os de comunicação e atendimento e o de introdução à maquiagem para jovens, pelo Senac. As mulheres das comunidades de Piaçaguera e do Valadares também puderam participar dos cursos de corte e costura.

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